Eu
estava revendo por alto o histórico de postagens do blog e me dei conta de que uma quantidade muito grande de postagens são tentativas de retomar a rotina de
publicação. Isso me faz pensar, por que ainda mantenho o Rex Aurum se é tão
difícil dar atenção a ele?
A
resposta é fácil: valor sentimental. Eu criei o blog há 15 anos, quando eu era
um garotinho ingênuo, otimista e cheio de esperanças e expectativas boas com o
mundo (ainda há algum resquício disso em mim). Na época, o Rex Aurum
simbolizava tudo isso em todos os seus aspectos, desde o nome e visual até o
conteúdo simples e alegre dos textos. Com o tempo o blog foi amadurecendo junto
comigo, mas nunca deixou de representar, para mim, aqueles sentimentos
positivos de uma época mais simples. Por isso, deletar o blog ou abandoná-lo
definitivamente parece significar que eu estou abrindo mão ou apagando uma
parte importante da minha vida. Não vou fazer isso.
Se o blog é tão importante para mim, por que não dou mais atenção a ele?
Essa
é a pergunta certa, mas a resposta não é nada simples. A verdade é que ao longo
dos anos fui deixando, cada vez mais, de fazer as coisas que me davam prazeres
singelos em prol, principalmente, dos estudos e pesquisa. Não me entenda
mal, eu adoro estudar e pesquisar. Poucas coisas no mundo me fazem sentir tão
realizado quanto aprender coisas novas. Para mim, aquele momento em que você
está lendo os resultados reportados em um artigo científico, compara com os
seus e com sua bagagem de conhecimentos e chega a uma conclusão que explica
tudo que está acontecendo em seu experimento, é indescritivelmente prazeroso e
divertido.
Porém,
em algum momento isso se tornou minha prioridade máxima. Colocar a pesquisa
como prioridade maior em sua vida pode ser muito cruel, pois ela vai estar lá
te cobrando 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem feriados ou férias. Se
você não souber conter isso, será completamente envolvido e digerido por ela.
Uma
das grandes armadilhas da carreira acadêmica é acreditar que você está fazendo
um investimento de tempo e que vale o esforço de abdicar dos outros aspectos da
sua vida por isso. "Serão apenas alguns anos e, então, você poderá desfrutar dos
resultados que plantou." Todo a estrutura acadêmica vai querer te fazer pensar
assim.
Possivelmente
você vai colher os frutos sim. Mas, na maioria dos casos, isso vai levar 4 anos
de graduação, mais 2 anos de um mestrado, mais 4 anos de doutorado e talvez
mais 1 ou 2 anos de pós-doutorado. Você está disposto a abrir mão de 10 anos da
sua vida por isso? Eu acho que ninguém deveria estar.
Uma
vez, conversando sobre isso, uma amiga disse que a felicidade não é algo que
nós vamos alcançar após uma jornada árdua, mas ela é, na verdade, um dos
caminhos dessa jornada.
Quando
decidi me inscrever no doutorado, também decidi que tentaria levar minha vida
de forma diferente, valorizando também outros aspectos da mesma. Sendo
justo comigo mesmo e com as pessoas que me amam. Passei a fazer novamente
algumas coisas que eu tinha abandonado por “falta de tempo” e dei chance para fazer outras que eu sempre tive vontade, mas que sempre pareceram “perda de tempo”.
O
mais interessante disso é que alguém poderia argumentar que eu estou
sacrificando, de forma injustificada, parte da minha carreira acadêmica, mas, no
final das contas, minha produtividade no doutorado parece ter aumentado em
relação ao mestrado. Recentemente eu cumpri uma meta, meio boba, que eu tinha
desde quando comecei o mestrado: ter conceito A em todas as disciplinas
cursadas na pós-graduação. Mas muito mais do que isso, eu tenho alcançado
muitos dos meus objetivos acadêmicos em paralelo aos meus desejos pessoais.
Eu
me arrependo por não ter tomado essa decisão antes. Um dia desses escutei que a
pior perda é das coisas que nunca tivemos. Acho que faz sentido. É doloroso
dar-se conta de que essas perdas são responsabilidades exclusivamente suas por ter deixado as oportunidades passarem e
que não há o que fazer para recuperar o tempo que ficou para trás. Hoje, faço o possível para evitar isso.
Daily post
(The text above is already too long, so I am going to write something simple)
In the
end of 2017, I decided to watch a “dorama” based on an anime that I really
liked: Erased. If you don’t know what a dorama is, the short explanation: Asian
soap opera.
Erased anime and dorama comparison. The young actors are pretty good! |
I had some bad
experiences with Asian (specially Japanese) live action products, such as
movies and tv shows based on animes and mangas. Maybe I didn’t know how to
choose, but all the material I watched just seemed a fail tentative to directly
emulate the mangas with real people. It didn’t work for me.
But, in fact, I liked
the Erased dorama (it is not in my top 50 though). After that, the Netflix
began to suggest me some doramas and during a solitary day I decided to watch a Korean dorama called “Black”. I will try to write something about it in the
future, but, surprisingly, I liked it as I have never liked a dorama before.
Black: funny, dramatic, beautiful and dark at the sametime |
Looks like 2018 started breaking
some of my prepossession.
A good way to begin, right?
僕の日記
日本語をかきたい、でもとても難しいだ。じかいは日記をかける!:)
Post Scriptum
Ainda não consegui recuperar minha roupa do apartamento que pegou fogo. Até tentei ir ao apartamento, mas foi a maior confusão estressante. Nem quero comentar. Mas isso significa que vou ter que gastar uma certa quantidade de tempo e dinheiro para comprar roupas novas. Uma colega do laboratório, antes de eu vir pra Nova Iorque, me aconselhou a não trazer roupas e comprar tudo aqui. Acho que não era bem assim que ela tinha imaginado, mas...
Pra compensar o dia que perdi ontem atras das minha roupas, hoje trabalhei o dobro no laboratório. Estou bem cansado, mas consegui manter a organização da semana em ordem. Se eu não tivesse feito isso, eu teria que ir, pela terceira vez consecutiva, ao laboratório no final de semana para coletar amostras e analisá-las.
Apenas para ilustrar o conteúdo principal da postagem, adicionei a canção Epitáfio, dos Titãs. É bem triste pensar na letra da música como um epitáfio, né? Então não deixe isso acontecer!
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