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domingo, 15 de outubro de 2017

Minha vida de estudante em NYC: parte 1 - antes da viagem

Olá! 
Depois de muito tempo voltei a escrever aqui. O motivo? Falar um pouco sobre como está sendo minha vida na cidade de Nova Iorque. Espero que de alguma forma eu possa ajudar quem busca informações sobre NY, especialmente para quem pretende estudar aqui.

Sou aluno de Doutorado em Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e sempre tive muita vontade de complementar meus estudos em uma universidade de ponta no exterior. No mestrado eu tive a oportunidade de morar dois meses na Cidade do México por conta de um programa de intercâmbio na Universidade Autônoma do México (UNAM) e experiência profissional e volume de conhecimentos novos que adquiri lá em dois meses foram sensacinais. Isso só reforçou meu interesse em fazer o chamado "Doutorado Sanduíche" no exterior.

Doutorado Sanduíche

Bom, mas vamos começar do início. O que é esse tal de Doutorado Sanduíche? De forma resumida é um intercâmbio em uma universidade por um aluno vinculado a um programa de Doutorado no Brasil. Existe a possibilidade de realizar estudos no âmbito de um doutorado sanduíche em outras universidades no próprio Brasil, mas é menos comum e não foi o que optei por fazer, então vou focar nos pogramas voltados ao intercâmbio em universidades estrangeiras.

Existem alguns programas nacionais e internacionais que apoiam os estudos de doutorandos brasileiros no exterior. Como a frequencia de abertura dos editais não é padronizada, é preciso estar atento para não perder as datas de inscrição. Para editais internacionais, uma dica é se inscrever na newsletter do Scholarship Positions. Para os programs nacionais, mantenha-se atualizado no que diz respeito às novidades da CAPES e CNPq, além de buscar informações na agência de fomento à pesquisa do seu estado e na sua universidade, uma vez que podem surgir editais específicos para apoiar alunos de sua instituição. 


Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) da CAPES

No meu caso, eu consegui uma bolsa pelo PDSE da Capes, por isso vou relatar um pouco do processo seletivo deste edtial em específico, mas tenha em mente que os requisítos e procedimentos de outros programas podem ser bastante diferentes.
No edital PDSE que eu me inscrevi, cada programa de Doutorado no Brasil recebeu uma cota de 12 meses de bolsa. Por um lado isso é muito bom, pois ao se inscrever nesse programa você passa a concorrer apenas com colegas do seu programa e assim você consegue ter uma ideia muito melhor das suas chances, além da possibilidade de negociar os tempos de estadia no exterior para que todos possam usufruir do programa: por exemplo, se 3 alunos do programa têm interesse em fazer o sanduíche, eles podem considerar cada um ficar 4 meses fora, satisfazendo todos dentro da cota de 12 meses que o programa recebeu. Por outro lado, se o programa conta com muitos alunos interessados no edital, não será possível atender a todos, uma vez que a CAPES não apoia estudos no exterior com cronograma inferior a 4 meses.

O edital conta com duas etapas principais. A primeira é a avaliação interna, na qual o próprio programa de doutorado que você está vinculado estabelecerá uma comissão de avaliação e definirá critérios para avaliar as propostas dos alunos, baseando-se nas orientações da CAPES. Essa é a etapa mais complicada, pois vai depender da concorrência interna e talvez o programa solicite que você altere seu cronograma para poder beneficiar a maior quantidade possível de alunos. No meu caso, apenas dois alunos se inscreveram, contando comigo. Inicialmente eu apresentei um cronograma de estudos de 12 meses enquanto o outro aluno solicitava 6 meses. Visando atender às duas propostas, a coordenação do programa sugeriu alterar os cronogramas para 8 e 4 meses, respectivamente.

Etapa 1: Seleção Interna

A documentação para inscrição na seleção interna vai depender de cada programa, mas provavelmente você precisará apresentar um projeto de pesquisa, uma carta do seu orientador justificando a necessidade do sanduíche, históricos acadêmicos, currículo lattes, e, fique atento, a carta de aceite/convite do orientador no exterior. Nessa carta deve constar que você possui domínio do idioma do país pretendido ou você deverá apresentar um certificado de proficiência, cujo critério dependerá da universidade de destino. A título de exemplo, na Columbia Univerity o requísito, se não me engano, era o Toefl IBT com pontuação mínima de 101. Dica: busque contato com o orientador no exterior mesmo antes da abertura do edital e vá se preparando para o exame de proficiência, se for o caso. ATENÇÃO: o Toefl ITP fornecido pelo governo sem custos não é aceito pela maioria das universidades.

Etapa 2: Análise documental

Caso o programa aprove sua solicitação, você passa para a segunda etapa da avaliação feita pela CAPES. Essa parte é mais tranquila, pois configura-se basicamente como uma avaliação documental, para evitar equívocos de datas, duração, etc. Nesse momento será necessário anexar na plataforma da CAPES uma série de documentos solicitados no edital, sendo que a maior parte você provavelmente já deve ter obtido para a avaliação interna. Essa etapa é demorada ( no meu caso foram alguns meses), mas se tudo der certo você receberá um carta de aceite da CAPES constando todos os recursos que receberá, que provavelmente precisará encaminhar à universidade de destino afim de comprovar o apoio financeiro.

A partir desse momento, prepara-se para a papelada. Você precisarár fazer um passaporte (caso não tenha), registrar seu vínculo com a universidade no exterior, solicitar um visto de estudante, obter um seguro saúde que atenda às exigências da universidade de destino, do governo estrangeiro e da CAPES,  registrar uma procuração, além de resolver todas as questões relativas à mudança para o exterior. 


Nas próximos publicações eu conto um pouco mais sobre como foi minha experiência nessa questões.

Até mais!

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