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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Sobre o seu tempo (cuide bem dele)

Eu estava revendo por alto o histórico de postagens do blog e me dei conta de que uma quantidade muito grande de postagens são tentativas de retomar a rotina de publicação. Isso me faz pensar, por que ainda mantenho o Rex Aurum se é tão difícil dar atenção a ele?

A resposta é fácil: valor sentimental. Eu criei o blog há 15 anos, quando eu era um garotinho ingênuo, otimista e cheio de esperanças e expectativas boas com o mundo (ainda há algum resquício disso em mim). Na época, o Rex Aurum simbolizava tudo isso em todos os seus aspectos, desde o nome e visual até o conteúdo simples e alegre dos textos. Com o tempo o blog foi amadurecendo junto comigo, mas nunca deixou de representar, para mim, aqueles sentimentos positivos de uma época mais simples. Por isso, deletar o blog ou abandoná-lo definitivamente parece significar que eu estou abrindo mão ou apagando uma parte importante da minha vida. Não vou fazer isso.

Se o blog é tão importante para mim, por que não dou mais atenção a ele?

Essa é a pergunta certa, mas a resposta não é nada simples. A verdade é que ao longo dos anos fui deixando, cada vez mais, de fazer as coisas que me davam prazeres singelos em prol, principalmente, dos estudos e pesquisa. Não me entenda mal, eu adoro estudar e pesquisar. Poucas coisas no mundo me fazem sentir tão realizado quanto aprender coisas novas. Para mim, aquele momento em que você está lendo os resultados reportados em um artigo científico, compara com os seus e com sua bagagem de conhecimentos e chega a uma conclusão que explica tudo que está acontecendo em seu experimento, é indescritivelmente prazeroso e divertido.

Porém, em algum momento isso se tornou minha prioridade máxima. Colocar a pesquisa como prioridade maior em sua vida pode ser muito cruel, pois ela vai estar lá te cobrando 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem feriados ou férias. Se você não souber conter isso, será completamente envolvido e digerido por ela.

Uma das grandes armadilhas da carreira acadêmica é acreditar que você está fazendo um investimento de tempo e que vale o esforço de abdicar dos outros aspectos da sua vida por isso. "Serão apenas alguns anos e, então, você poderá desfrutar dos resultados que plantou." Todo a estrutura acadêmica vai querer te fazer pensar assim.

Possivelmente você vai colher os frutos sim. Mas, na maioria dos casos, isso vai levar 4 anos de graduação, mais 2 anos de um mestrado, mais 4 anos de doutorado e talvez mais 1 ou 2 anos de pós-doutorado. Você está disposto a abrir mão de 10 anos da sua vida por isso? Eu acho que ninguém deveria estar.

Uma vez, conversando sobre isso, uma amiga disse que a felicidade não é algo que nós vamos alcançar após uma jornada árdua, mas ela é, na verdade, um dos caminhos dessa jornada.

Quando decidi me inscrever no doutorado, também decidi que tentaria levar minha vida de forma diferente, valorizando também outros aspectos da mesma. Sendo justo comigo mesmo e com as pessoas que me amam. Passei a fazer novamente algumas coisas que eu tinha abandonado por “falta de tempo” e dei chance para fazer outras que eu sempre tive vontade, mas que sempre pareceram “perda de tempo”.

O mais interessante disso é que alguém poderia argumentar que eu estou sacrificando, de forma injustificada, parte da minha carreira acadêmica, mas, no final das contas, minha produtividade no doutorado parece ter aumentado em relação ao mestrado. Recentemente eu cumpri uma meta, meio boba, que eu tinha desde quando comecei o mestrado: ter conceito A em todas as disciplinas cursadas na pós-graduação. Mas muito mais do que isso, eu tenho alcançado muitos dos meus objetivos acadêmicos em paralelo aos meus desejos pessoais.



Eu me arrependo por não ter tomado essa decisão antes. Um dia desses escutei que a pior perda é das coisas que nunca tivemos. Acho que faz sentido. É doloroso dar-se conta de que essas perdas são responsabilidades exclusivamente suas por ter deixado as oportunidades passarem e que não há o que fazer para recuperar o tempo que ficou para trás. Hoje, faço o possível para evitar isso.

Daily post

(The text above is already too long, so I am going to write something simple)
In the end of 2017, I decided to watch a “dorama” based on an anime that I really liked: Erased. If you don’t know what a dorama is, the short explanation: Asian soap opera.


Erased anime and dorama comparison. The young actors are pretty good!

I had some bad experiences with Asian (specially Japanese) live action products, such as movies and tv shows based on animes and mangas. Maybe I didn’t know how to choose, but all the material I watched just seemed a fail tentative to directly emulate the mangas with real people. It didn’t work for me.

But, in fact, I liked the Erased dorama (it is not in my top 50 though). After that, the Netflix began to suggest me some doramas and during a solitary day I decided to watch a Korean dorama called “Black”. I will try to write something about it in the future, but, surprisingly, I liked it as I have never liked a dorama before.

Black: funny, dramatic, beautiful and dark at the sametime

Looks like 2018 started breaking some of my prepossession. 
A good way to begin, right?


僕の日記

日本語をかきたい、でもとても難しいだ。じかいは日記をかける!:)  


Post Scriptum

Ainda não consegui recuperar minha roupa do apartamento que pegou fogo. Até tentei ir ao apartamento, mas foi a maior confusão estressante. Nem quero comentar. Mas isso significa que vou ter que gastar uma certa quantidade de tempo e dinheiro para comprar roupas novas. Uma colega do laboratório, antes de eu vir pra Nova Iorque, me aconselhou a não trazer roupas e comprar tudo aqui. Acho que não era bem assim que ela tinha imaginado, mas...

Pra compensar o dia que perdi ontem atras das minha roupas, hoje trabalhei o dobro no laboratório. Estou bem cansado, mas consegui manter a organização da semana em ordem. Se eu não tivesse feito isso, eu teria que ir, pela terceira vez consecutiva, ao laboratório no final de semana para coletar amostras e analisá-las.

Apenas para ilustrar o conteúdo principal da postagem, adicionei a canção Epitáfio, dos Titãs. É bem triste pensar na letra da música como um epitáfio, né? Então não deixe isso acontecer!

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